terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O Parto!


Estou de volta!! Hoje foi escrever sobre o meu parto. Gente, sempre disse aqui que a segunda gestação estava sendo muito diferente da primeira, porém, nunca imaginei que o parto também seria. Pois é, foi!

Pois bem. Em uma manhã linda, com um sol maravilhoso, na data de 17 de Janeiro de 2014, às 08:10 da manhã nascia minha princesa Maria Eduarda, com 39 semanas, medindo 49cm e pesando 3.035 kg, super vermelhinha e bem calminha.

(Maria Eduarda)
Mas, o que eu vou relatar é basicamente o que foi diferente na cirurgia e no pós parto.

Para começo de conversa, estava super tranquila. Ao chegar no centro cirúrgico, logo senti o cheiro de pele queimada (normal, já que haviam 7 mulheres parindo ao mesmo tempo rs). A anestesista logo pegou minha mão para aplicar os medicamentos e até aí tudo tranquilo.

Passados aproximadamente 30 minutos, nasce Maria Eduarda. Trouxeram minha filha para perto de mim, eu o Pai e a Tia babando pela princesa. Logo depois minha Ginecologista começou a me costurar e, quase ao final da cirurgia, eu comecei a tremer. Isso mesmo TREMER! Como assim?!

Virei pra Anestesista e disse que estava tremendo e que não conseguia me controlar, daí ela disse que era normal. Mas como poderia ser normal, se no parto da Maria Helena eu não senti nada?! O fato é que ela teve que aplicar um medicamento e ficou empurrando minha barriga (lógico, isso antes da Maria Eduarda nascer), presumi que esse medicamento poderia ter desencadeado um processo alérgico, mas depois pesquisei e vi que o tremor é "normal". Mas aqui foi a primeira coisa diferente da primeira cirurgia.

A segunda diferença foi o pós operatório. Mesmo com medicação, sentia arder no lado em que a cirurgia terminou (meu lado direito), mal conseguia me mexer. Não sei se pelo fato de falar muito depois que cheguei no quarto (fui afobada!), sei que fiquei com muitos gases o que piorava ainda mais a dor ao levantar.

Só consegui levantar e ir ao banheiro sozinha no outro dia (lembro bem que na primeira cesárea eu caminhei no mesmo dia). Sentia arder demais e ficava receosa em levantar. No sábado à noite, depois da visita da médica, decidi que era hora de parar de frescura e caminhar, estava decidida a não ficar mais no Hospital e queria ir pra casa no domingo cedo, mas, para isso, eu precisava caminhar.

Gente, vocês não tem noção da dor que eu sentia a cada passo que eu dava. Fiz meu marido acordar 1:00h da manhã para me ajudar a caminhar pelo corredor da maternidade. Ele olhava pra mim com olhar de choro, sabia que eu estava fazendo um tremendo esforço pra caminhar, embora eu não conseguisse disfarçar minha cara de dor.

(Maria Helena feliz, primo feliz, mamãe feliz com a cara acabada, rs)

Dei alguns bons passos e fomos nos recolher. No outro dia, no domingo, quando fomos pra casa, foi quase quinze minutos até sair do quarto, pegar o elevador até chegar onde estava o carro. Era muita dor! Meu marido não queria nem que eu fosse embora, achou que eu estava debilitada demais pra ir ora casa. Mesmo assim fomos, aos trancos e barrancos eu queria minha casa.
(Meus amores encantados)

Chegamos em casa e eu andava corcunda, andava pouco, passava a maior parte do tempo deitada. Para tomar banho era uma luta, tive que colocar uma cadeira debaixo do chuveiro pra poder tomar banho direito, tudo porque minha cirurgia ardia demais a ponto de eu não conseguir ficar em pé por muito tempo.

Para piorar a situação, no segundo dia em casa, meu marido foi trocar o curativo pra poder limpar e tudo e aí ele levou maior susto quando viu que minha cirurgia estava saindo secreção. Pois é, aqui vai a terceira coisa diferente. Saía seroma da minha cirurgia, uma secreção chata, sem odor, sem sangue, não era infecção, era seroma (faz parte do processo de cicatrização). Nunca fui dessas pessoas que liga pra médico o tempo todo, mas tive que ligar pra minha até pra me tranquilizar.

Foram quase 5 dias trocando 3x ao dia o curativo e drenando o bendito seroma até secar! Pensem numa coisa chata! Ninguém merece passar por isso. Pelo menos as dores estavam bem menos.
Após 7 dias, eu parecia outra pessoa. A melhora foi quase instantânea. Parecia que eu nunca tinha passado por dor alguma, seroma? Oi? Gente, simplesmente acordei 100%.

Com 10 dias fui tirar os pontos,o lado que saía a secreção (lado esquerdo apenas) já estava ótimo e do lado direito a cirurgia estava totalmente fechada e seca. Aproveitei e perguntei pra médica quando eu poderia retornar ao trabalho, simplesmente porque:
a) Maria Eduarda mamava 7:30hs depois de pegar sol e tomar banho e só acordava 11:00hs;
b) Meu escritório fica em frente ao prédio que eu moro, o que facilitou bastante já que não pegaria trânsito pra chegar lá;
c) Trabalho basicamente sentada, fazendo petição e atendendo cliente (pessoalmente e por telefone);

A resposta dela foi: "Eu, com 15 dias, já tirava plantão". Se não vais fazer esforço, não tem problema. Evita pegar peso e caminhe devagar. Repouse ao chegar em casa e se der, trabalhe um turno, apenas. Era tudo que eu precisava ouvir! 
Aqui fica a quarta diferença. Na gestação da Maria Helena, eu parei minha vida pra cuidar dela, exclusivamente por um ano e me sentia culpada porque sabia que, quando tivesse o segundo filho, eu não poderia ter esse luxo. Não porque eu não quisesse, mas porque a medida que nos comprometemos com algo, fica difícil abrir mão de tudo. Por mais que a criança seja pequena, por maior amor que você sente pelo seu filho, o trabalho nos dignifica, nos deixa leve, faz a gente se sentir últil. A maternidade é algo mágico, mas eu não suportaria ficar em casa sem fazer nada, outra vez!

Graças a Deus a babá das minhas filhas é da família, já trabalha na casa do meu marido há 20 anos, super de confiança e isso contribuiu bastante pra eu poder voltar ao trabalho aos poucos. Quando Maria Eduarda chora, ela me liga e eu chego rapidinho pra amamentá-la (ultimamente a bichinha tem mamado bastante!).

O fato é que hoje estou super bem. Por necessidade tive que dirigir algumas vezes (já que o marido não está mais presente). Foi um dia em que eu disse: Senhor, confio em ti, me Guia e não deixe nada acontecer". Liguei o carro e fui onde tinha que ir. Graças a Deus não senti nada, foi tranquilo e quando preciso, crio coragem, tenho fé e vou.

Hoje já me sinto bem disposta, o fato de acordar duas vezes na madrugada para amamentar não tira o ânimo de ir trabalhar. Pelo contrário, olho minhas filhas e a coragem aumenta. Quero elas me vejam como exemplo por isso faço de tudo pra não ter "tempo ruim", tento manter a calma e certas situações e sempre com fé em Deus de que tudo vai dá certo.

Assim estão sendo meus dias pós parto. Sem dor, sem sofrimento, sem desculpas para não ir trabalhar. Amo ser mãe, mas também amo meu trabalho. E, enquanto eu puder e conseguir conciliar as duas coisas, sei que serei uma mãe melhor e uma profissional mais dedicada.

Ah! Ia esquecendo. A quinta coisa foi a perda rápida dos quilinhos ganhos durante a gestação. Na verdade, engordei pouco e com 10 dias já estava no meu peso normal. Coisa boa, né?! Estou super feliz por poder usar minhas roupas de novo, minhas calças 36. Só não meti a cara nos saltos, vou aguardar os 30 dias,rs.